ثورة الياسمين In memoriam de Mohamed Bouazizi A púrpura tirou-lhe o pão E a humilde banca de frutas. Sem meios para o sustento, Azizi vende dor "a todos aqueles que sonham com a liberdade". Nos muros, palavras oníricas viraram concreto pelo concreto Ou virarão algum dia? Ele imaginou o saldo de seu gesto? Se... Continuar Lendo →
O Nada
Hoje, infelizmente, faleceu a avó de uma de nossas sincronistas: Viviane. Gostaria de homenagear a Sra. Guerta, embora nunca a tenha conhecido, creio que se ela ajudou a educar nossa querida amiga tão bem, ela só pode ter sido uma mulher fantástica. O nada Thaís de Godoy Morais Nada se extingue. Tudo o que... Continuar Lendo →
Vivência de Escrita
Para você que nos acompanha por aqui, temos um convite especial! Dia 09/03, sábado, realizaremos uma vivência de escrita no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos. O evento é gratuito e voltado para mulheres de todas as idades. A escrita é uma poderosa ferramenta para conhecer a si mesma. Através das palavras, que... Continuar Lendo →
Não te rendas
Mario Benedetti
Grafite representando protesto dos coletes amarelos, releitura do quadro “A liberdade guiando o povo”, Delacroix
Não te rendas, ainda estás a tempo
de alcançar e começar de novo,
aceitar as tuas sombras
enterrar os teus medos,
largar o lastro,
retomar o voo.
Não te rendas que a vida é isso,
continuar a viagem,
perseguir os teus sonhos,
destravar os tempos,
arrumar os escombros,
e destapar o céu.
Não te rendas, por favor, não cedas,
ainda que o frio queime,
ainda que o medo morda,
ainda que o sol se esconda,
e se cale o vento:
ainda há fogo na tua alma
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque a vida é tua, e teu é também o desejo,
porque o quiseste e eu te amo,
porque existe o vinho e o amor,
porque não existem feridas que o tempo não cure.
Abrir as portas,
tirar os ferrolhos,
abandonar…
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Vive dentro de mim
Por quê?
Por que não ligo mais?
Por que não ligo para minha honra?
Por que perdi sonhos,
Perdi a vergonha?
Por que fujo de alcançar os fins,
Se ainda estou no começo?
Sei que posso, sei que sou capaz.
Só preciso querer o que eu quero…
Querer o que quero, quando quero
E quando já não quero mais.
Vivo a dor e o mal-estar
De suspender a vida
Enquanto afundar.
Abril de 2012.
Plena Mulher
Pablo Neruda
Plena mulher, maçã carnal,
lua quente, espesso aroma de algas,
lodo e luz pisados, que obscura claridade
se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.